sábado, 3 de abril de 2010

Comentários e avaliação crítica sobre a Resenha dos capítulos II e III do Livro “Os Bestializados” de José Murilo de Carvalho.

Carla Mendonça

Deuzuwilma Galvão
Alisson Carlos

Primeiramente parabenizamos o grupo pelo esforço e dedicação na elaboração da resenha, o que veio a contribuir com o estudo do livro em questão.

Levando em consideração o primeiro critério de avaliação, coerência discursiva, diríamos que o grupo deixou a desejar no que se refere à linguagem, apresentando alguns erros de concordância verbal e nominal. Em alguns trechos observamos entraves na conclusão das idéias, isso ocorreu por conta da má estruturação dos períodos, pois as orações ficaram desconexas deixando dúvidas na relação entre o que é dito em cada uma delas, ou seja, tem certa carência de coesão textual. Um bom exemplo disso está na frase “Essas mudanças referem-se à mentalidade coletiva.” O grupo não expõe de maneira objetiva que mudanças são essas. Ainda no que se refere a esse critério encontramos alguns erros ortográficos, a exemplo da palavra “Republicai” e a supressão de algumas vírgulas. (critério 1 – nota 1,0)

Com relação ao segundo critério – objetividade – o grupo apresentou a maioria das idéias do autor, muito embora algumas vezes pareçam contradizê-lo sem intenção, por exemplo, não achamos apropriado falar em “mentalidade coletiva”, como no segundo parágrafo, já que os ideais europeus afetaram alguns grupos da sociedade, e mentalidade coletiva se refere a todos aqueles que compõem a população. Também não julgamos que José Murilo tenha falado em Revolução das Classes Populares, apenas de motins, quebra-quebras, e principalmente de greve geral, como forma de participação política. Muito embora houvesse setores do operariado que se organizaram no início da República, todavia não tinham intenção de provocar mudanças estruturais profundas, mesmo por que já acreditavam tê-las feito no momento da proclamação.

Outro ponto ainda é a não conclusão ou insuficiente elucidação de conceitos, como é o caso de ‘estadania’ que é a participação política que se dá de dentro do estado, ou seja, participar das decisões, mas não necessariamente por meio do sufrágio. Acreditamos que também seria interessante trazer questionamentos acerca dos conceitos de “CIDADANIA E PÁTRIA”, presentes nas páginas 60 e 61, onde o autor despende alguns parágrafos para os vocábulos. (critério 2 – nota 1,5)

No terceiro critério – Posicionamento do grupo – não percebemos postura crítica por parte do grupo, nem favorável, nem contrária a José Murilo de Carvalho, se houve, não foi de forma clara. Vale salientar ainda que o grupo não explanou adequadamente o conteúdo do texto em sala de aula. Todavia, consideramos o questionamento que fizeram no que diz respeito à “problematização” da questão racial no seguinte trecho: “Observamos que o autor aqui não problematiza a questão racial e/ou de etnicidade. Releva a questão dos estrangeiros, mas não se refere aos negros e sua integração na cidadania.” Consideramos válido esse questionamento, mas lembramos que, ao mencionar o posicionamento dos intelectuais da época a respeito do conceito de povo, o autor nos diz que os negros e mestiços eram vistos como inferiores, a ‘canalha’, a ‘escuma social’, observamos isso na página 72 de Os Bestializados: “De uma afirmação inicial de apatia, de inexistência de povo, passa-se então para outra, que afirma a presença de elementos politicamente ativos, mas que não se enquadram no conceito de povo que os observadores tinham em vista. Não eram cidadãos. Era a “mob” ou “dregs” (“escória”) para o representante inglês; a “foule” para o Frances; a “canalha”, a “escuma social” para o português, quando não eram simplesmente bandos de negros e mestiços.” Ao tratarem da questão do envolvimento desses indivíduos em manifestações populares. (critério 3 – nota 1,0)

No quarto critério - Debate com a historiografia - O grupo citou alguns autores em seu texto, Basbaun, por exemplo, é confrontado com José Murilo quanto à questão da importância do pensamento positivista no estado, numa comparação muito válida. Em sala foram citadas Martha Abreu e Ângela Gomes em A nova “Velha” República: um pouco de história e historiografia, mas a relação com esse texto não ficou muito clara. Também foram consultadas outras bibliografias para reforçar as idéias do autor de Os Bestializados. (critério 4 – nota 1,5)

No quinto critério – Referência às normas da ABNT - O grupo seguiu corretamente as regras da ABNT no que se refere às notas e citações bibliográficas, no entanto, a associação recomenda usar espaçamento 1,5. Todavia, não achamos que o grupo deveria ser penalizado quanto a isso. (critério 5 – nota 2,0)

Com base no que foi exposto, decidimos atribuir à nota 7,0 ao grupo, pois entendemos que o trabalho cumpriu quase todas as exigências estabelecidas.

5 comentários:

  1. Eu acho que tem um critério que não foi estabelecido antes, mas, que deveria pesar na avaliação: a superação do grupo que na segunda não foi muito bem, mas, na quarta foi muito melhor.

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  2. Nosso grupo se propõe a reelaborar a resenha. Estamos cientes da desorganização de algumas idéias. Esperamos postar nesse fim de semana que vem, não com o intuito de uma reavaliação da nota, mas por acharmos pertinente melhorar o nosso trabalho (proposta mesmo da professora ao elaborar o blog, de podermos alterar a resenha, mesmo após apresentação).

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  3. Eu não vejo problemas! Acho que aprender implica em refazer e assumir as críticas de modo positivo. E se o grupo está vendo dessa forma, eu acho ótimo!
    Agora, eu gostei bastante da observação do Tasso, pois é bem verdade que o grupo demonstrou uma grande capacidade de superação de problemas que apresentaram na primeira apresentação e que melhoraram muito na segunda.
    Acho que a gente deve pensar mesmo um critério que considere esse aspecto.

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  4. Talvez fosse o caso de somar mais um ponto ou dois na nota do grupo.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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