sábado, 15 de maio de 2010

Avaliação crítica da resenha elaborada a partir do livro "Canudos: o povo da terra", de Marco Antonio Villa.

Avaliação crítica da resenha elaborada a partir dos textos: “Conclusão: o significado de Canudos” e “Apêndice: Euclides da Cunha e Canudos”, encontrados no livro de Marco Antonio Villa, intitulado “Canudos: o povo da terra”.
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Alisson Pessoa
Carla Mendonça
Deuzuwilma Galvão
Gabriela Neves
Juliana Leite
Wheldson Marques

A resenha elaborada a partir dos textos de Marco Antonio Villa, encontrados na obra “Canudos: o povo da terra”, apresenta as seguintes características a serem comentadas e avaliadas:
A proposta do trabalho era a de resenhar as seguintes partes do livro: “Conclusão: o significado de Canudos” e “Apêndice; Euclides da Cunha e Canudos”. No entanto, a resenha apenas se dedica à parte que diz respeito à Conclusão, excluindo todo o conteúdo que descreve e analisa a trajetória de Euclides da Cunha, desde sua permanência no acampamento militar de Canudos até a publicação de Os sertões e suas repercussões. Na apresentação em sala, porém, esta última parte é abordada e discutida.
Com relação à escrita o grupo cometeu pequenos deslizes de ordem lingüística na construção do texto: “(...) ideia comprovada com a entrevista feita por Euclides da Cunha feita com um garoto morador do arraial” (grifo nosso); “a escravidão já havia sido abolição (...)” (grifo nosso). No trecho: “onde a cidadania era exercida com a proposta e construção de uma nova sociedade, abandonada pelo poder público, distante da Igreja, e à mercê dos grandes proprietários de terras” a impressão formada é de que se atribuem justamente a esta “nova sociedade” todos os aspectos negativos mencionados (provavelmente quem não leu o texto de referência não compreenderia bem a passagem).
No que diz respeito à objetividade e fidedignidade, julgamos que o grupo soube identificar e abordar todos os pontos importantes do texto (obviamente no tocante à conclusão do livro).
Apesar de sugerir concordância com a tese do autor, a resenha é deficitária com relação ao posicionamento crítico do grupo, pela escassez de justificativas que fundamentem tal concordância ou abordagens que contemplem outras questões, à exceção do que foi discutido em sala sobre a religião como alternativa. As idéias estão bem relacionadas na construção do texto, mas o grupo simplesmente não recorreu à historiografia – ou não utilizou outras obras – para debater os posicionamentos do autor diante do tema, resumindo-se a transcrever ou comentar as citações encontradas no próprio texto a partir do qual produziram a resenha.
Por fim, no tocante às normas da ABNT também foram encontradas algumas falhas. Na NBR 6023:2002, item 9, constam as regras para a ordenação das referências, indicando que “as referências dos documentos citados em um trabalho devem ser ordenadas de acordo com o sistema utilizado para citação no texto, conforme NBR 10520.” Na resenha, contudo, apesar de constarem, no final do trabalho, as informações sobre as referências, não se estabelece a relação entre estas e os próprios trechos citados no decorrer do texto. Utilizar aspas, simplesmente, não é suficiente para identificar com precisão a que referência determinado trecho remete. O ideal, neste caso, seria utilizar o “Sistema alfabético” (item 9.1 da NBR 6023:2002) ou o “Sistema numérico” (item 9.2 da NBR 6023:2002).
A sensação, ao ler a resenha, é de que o texto base não foi suficientemente debatido entre o grupo que a produziu – fato que foi reforçado pela apresentação em sala, constantemente marcada por opiniões discordantes entre alguns dos integrantes – e que a própria edição do trabalho para postagem não foi feita com cuidado e atenção. Apesar dos aspectos negativos verificados na resenha, acreditamos que a leitura do texto e a apresentação em sala do trabalho cumpriram o papel de contribuir para os debates sobre o Brasil no período de estabelecimento da República e, portanto, atribuímos nota 7,0 ao grupo.

5 comentários:

  1. Não vou comentar o mérito da nota, até por que esta não faz tanta diferença na construção do saber, mas, existe uma critica que me sinto em condição de rebater. O grupo foi discordante e não vemos isto como atrapalho, muito pelo contrario. As visões de cada gera o debate e faz o seminário ser um lugar de discussão e não um jogral acadêmico onde o texto é compactado e divido em partes para uma melhor tentativa de ordem. Se isto for um erro, preferimos comete-lo do que escolher alternativas que disfarcem nossas individualidades. E as opiniões diferentes sobre o tema não são excludentes, pois, cada dia mais nem mesmo autores marxistas trabalham a História pensando em termos contraditórios.

    ps: Ermano na hora que postou se embananou todo com o blog, por isso que as citações ficaram deste jeito. O nosso grupo é meio Low Tech.

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  2. No trecho: “onde a cidadania era exercida com a proposta e construção de uma nova sociedade, abandonada pelo poder público, distante da Igreja, e à mercê dos grandes proprietários de terras” a impressão formada é de que se atribuem justamente a esta “nova sociedade” todos os aspectos negativos mencionados (provavelmente quem não leu o texto de referência não compreenderia bem a passagem).

    Não entendi o que vocês pretenderam dizer ao fazerem esse comentário a nossa resenha. Que aspectos negativos são esses que vocês dizem que nós concordamos? Acredito que nós deichamos bastante claros que "abandonada pelo poder público, distante da Igreja, e à mercê dos grandes proprietários de terras” é o sentimento daquela sociedade que chamamos nova. Acredito que não fomos nís que lemos errado.
    Quando ao uso com a historiografia, debatemos sim. Na resenha não, mas em sala de aula no segundo dia a apresentação de vocês debatemos sim. Não a colocamos na resenha por desatenção e não por falta de cinhecimento. Na apresentação não retomariamos pontos já amplamente debatidos seria uma imensa perda de tempo.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Alex Moura:
    Entendemos, a partir das primeiras aulas, que um dos critérios para a avaliação da "resenha" seria o debate com a historiografia. Embora o grupo tenha utilizado outras fontes para o debate em sala de aula, não cumpriu o que estabeleceu a própria professora quanto à produção do texto, que também exige utilização de outros estudiosos para compor o trabalho, a fim de enriquecê-lo.
    Quanto ao comentário sobre o trecho da "nova sociedade", posso apenas falar por mim e não pelo grupo (por isso removi o comentário anterior). Acredito que a passagem foi sim compreendida neste sentido que você colocou. O que se questionou na análise foi a construção da sentença e a impressão que daí se pode ter, diferente da desejada pelo grupo, que foi atestada pelo seu comentário.

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  5. MAis uma vez, a sentenção que vocês colocaram não ressalta nemhuma contradição ou impressões errôneas. Continuo acreditando que neste ponto, vocês erram. A construção da sentença não está errada. A análise do grupo é equivocada.

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